Falta de tempo? Práticas políticas de dominação social

Para compreender a falta de tempo ou as exigências do mercado de trabalho, é necessário compreender um pouco de seu mecanismo e, posteriormente, as decisões tomadas na vida e o que se têm obtido com elas.

Texto de Daniel Estulin

Todos os aspectos das vidas psicológica e mental da população mundial foram definidos, registrados e arquivados em sistemas informáticos. Os grupos sociológico, psicológico, psiquiátrico, antropológico, os centros de estudo e  as fundações,que trabalham em estrita colaboração uns com os outros são presididos por poderosos membros da oligarquia, composta principalmente pela antiga “Nobreza Negra” de Veneza.

O leitor poderá perguntar-se: qual o propósito dessas modificações de comportamento? Trata-se de implantar mudanças forçadas no modo de vida, sem o nosso consentimento, sem que saibamos sequer o que está nos acontecendo. O objetivo máximo é extirpar por completo o sentido de <<identidade>> do ser humano, arrancar-lhe a alma e substituí-la por uma pseudoalma, artificial, sintética. No entanto, para poder mudar o comportamento dos seres humanos, separá-la da produção industrial e conduzi-la até ao espiritualismo, e para obrigá-los a entrarem voluntariamente no mundo da era pós-industrial de crescimento e de progresso zero, é necessário forçar uma mudança na imagem que o ser humano tem de si, do conceito fundamental daquilo que somos. Assim, temos de procurar a imagem do homem que resulte e seja apropriada a esta nova era; há que a sintetizar e, depois, ligá-la ao cérebro da humanidade.

Manter a maioria num estado contínuo de ansiedade interior funciona, porque as pessoas são obrigadas a ficarem demasiadamente ocupadas a assegurarem a própria sobrevivência, ou a competirem por ela para colaborarem com a construção de uma reação eficaz.

Na década anterior, manteve-se a população mundial num permanente estado de
instabilidade por conta de contínuos debates econômicos e decretos de comércio transnacional, que esvaziaram os cofres nacionais e anularam o direito à autodeterminação dos países. As populações viam-se tão angustiadas pelo constante avanço da monstruosa maquinaria, da crise econômica e do meio ambiente, que a prática universal de criar insegurança deixou as maiorias sociais
paralisadas por um terror de baixa intensidade. Essa é uma condição necessária para que um movimento totalitário continue avançando, pois o modus operandi consiste em manter os seus súditos em perpétuo desequilíbrio. Fonte: Estulin,D. O instituto Tavistock – as forças ocultas que nos controlam. Portugal 2012, páginas 10,11.

Senso comum sobre a vida

O homem moderno avançou nos estudos sobre a mente e o comportamento humano nas últimas décadas, permitindo criar sistemas, metodologias e novas publicações literárias que o ajudem a lidar com as dificuldades inevitáveis da vida, tais como doença, crise financeira, perda e frustração.

Incrível foi perceber que Salomão já havia feito uma observação sobre o assunto quando disse que as preocupações roubam a felicidade do homem. E foi além ao afirmar que a honradez é o caminho para a vida, alertando que a falta de juízo é a estrada para a morte – nem sempre a morte do corpo, mas a destruição de caráter, o afastamento das pessoas de convívio. Essas observações confirmam-se no dia a dia, pois se percebe sua natural aplicação nas ações das pessoas. Por isso, Salomão foi denominado de sábio. E fez ainda outra observação: “O Senhor deu aos seres humanos inteligência e consciência; ninguém pode se esconder de si.” / “Se você pensa que tudo o que faz é certo, lembre que o Senhor julga as suas intenções. Faça o que é direito e justo, pois isso agrada mais a Deus do que lhe oferecer sacrifícios.”.

Aonde tudo isso nos direciona? Certamente, a uma análise crítica de nosso comportamento perante o ritmo frenético da sociedade ou das economias globais, trazendo falta de tempo, ansiedade, depressão, competitividade visando à sobrevivência no mercado de trabalho, desestruturação do conceito original de família, mudança nas relações humanas, desequilíbrio no conceito das religiões judaica-cristãs, destruição da essência do homem com adição de novos valores sociais, baseando-se na liberdade de escolha, verdade relativa e subjetivismo. Ou seja, nada é errado, e tudo dependerá do ponto de vista de quem observa. Assim, ninguém detém a verdade, pois ela estará dentro de cada ser. Mentiras e enganos, desestruturação social com objetivo de manipulação de tudo e de todos. No DNA humano, há uma essência que sempre o alertará quanto ao certo e ao errado, independentemente dos anos de sua existência, da cultura e da religião.

E qual seria o problema? A questão é aceitar tudo como normal, tornando-se tolo, com medo das consequências de pensar e agir diferente daquilo que nos dizem ser a verdade. Uma sociedade que luta apenas para sobreviver e que não consegue controlar seus impulsos não terá embasamento para mudar os rumos da economia de seu país e do mercado local de trabalho. Tal sociedade pode ser considerada livre? E a indiferença quanto à miséria ou aos problemas alheios, o crescimento da miséria social, será que a condenação para esses infortunados deve ser o conceito pós-moderno, denominado meritocracia, ou seja, os pobres vão morrer dessa forma porque merecem?

No cenário de trabalho, a meritocracia é a chave do sucesso; do contrário, a pessoa faz-se merecedora do fracasso e de suas consequências. Já vivemos assim em quase todos os âmbitos da esfera social – dominados, miseráveis, com falsa ilusão de felicidade.

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