A culpa é sempre do outro

Guilherme Gimenez, 01 de julho de 2016

“Culpar o outro é a maneira mais eficaz de fugir da dor da própria responsabilidade” (Guilherme Gimenez)

A culpa é do governo. Do vizinho. Da mãe. Do professor. Do pastor. Alguém precisa ser  culpado. Responsabilizado. E sempre achamos alguém em quem colocar a culpa, e por vezes fazemos isso de modo apaixonado, lamentando profundamente porque alguém interferiu em nosso progresso, rendimento, vitória ou acertos na vida. Chegamos a dizer: “Ah! se não fosse tal pessoa ou situação…” E esse “ah” se torna a expressão típica de tantas pessoas que sempre se apresentam como inocentes e vítimas, nunca como protagonistas e culpadas.

Será  que sempre os outros é que são culpados? Claro que não. Todos nós cometemos erros, falhamos e muitas das derrotas da vida são culpa nossa, e de mais ninguém. Só que é muito duro admitir isso. Nos sentimos como que assinando nossa própria declaração de incompetência ou fraqueza. Em resumo: admitir a responsabilidade por termos errado é muito difícil.

Mas é mais honesto do que culpar os outros e também nos ajuda a entender melhor as áreas da vida em que precisamos melhorar, aquelas onde somos frágeis ou até mesmo incompetentes.

Ao assumir nossos erros estamos corajosamente admitindo nossa humanidade e também as circunstâncias sob as quais algo não deu certo. Ao mesmo tempo estamos dando um recado aos outros e a nós: seres humanos erram. Falham. E são culpados por uma série de coisas que deram errado.

Nem sempre a culpa é do outro. E nem sempre é nossa. E às vezes, pasme, não é de ninguém. Há situações que deram muito errado e não tiveram um protagonista que se possa culpar. Elas simplesmente não deram certo. Na somatória de circunstâncias, simplesmente algo  que era para acontecer “deu errado”.

Em vez de  descobrir de quem é a culpa, seria mais prudente e útil implementarmos nossos processos, tentarmos de novo com mais energia, revisarmos nossas ações e sobretudo agirmos com mais excelência. Viver culpando os outros é emocionalmente mais fácil, porém racionalmente é uma tolice. Em vez de gastar toda a energia culpando alguém, busquemos soluções para resolver os problemas. Isso é mais honesto, maduro e produtivo.

Guilherme de Amorim Ávilla Gimenez
www.prgimenez.net

Publicado originalmente em: http://prgimenez.dominiotemporario.com/doc/ACULPAEHDOOUTRO.pdf