As perspectivas futuras das organizações e o trabalho

Descrição: Tecnologias a serviço dos homens que detêm o poder, como inteligência artificial e robótica; crescente número de empresas enxutas, poucos humanos atuando nelas. O homem está à mercê da evolução (destrutiva), sem saber a quem recorrer, ou como evitar o próprio fim.

Vivenciamos uma economia sincronizada a processos de trabalho sofisticados, capazes, em curto tempo, de transformar este universo aos de filmes, desenhos animados ou livros de ficção científica. Sociedades industrializadas requerem organizações maiores por se tornarem complexas; exigem pessoas habilidosas, aptas a manterem tais organizações ativas, em ciclos de aprimoramento.

São muitas as mudanças benéficas à sociedade que as organizações promovem, mas os resistentes a mudanças, ou negligentes a tal, ficarão de fora, com grande dificuldade de se recolocarem no mercado de trabalho. Não há tempo para tosquenejar ou viver sem planejamento para os ciclos das transformações econômicas. A tecnologia evolui rapidamente, requerendo habilidades excepcionais para acompanhá-la.
Ao desenvolver o gráfico abaixo (imagem 1), Frank Diana (2016) expôs cenários futuros e várias intersecções. Na imagem 2, os respectivos impactos, mudanças sociais e conflitos nos ambientes de trabalho.

No exemplo abaixo, vinculamos várias das mudanças sociais em um cenário futuro específico. Este Relatório Citi descreve a redução contínua das taxas de fertilidade e as implicações do envelhecimento da população. Uma dessas implicações é a queda da população em idade ativa (15-64 anos). Assim, três das mudanças sociais (taxas de fertilidade, envelhecimento da população e queda da população em idade ativa) estão
ligadas. Ao mesmo tempo, o cenário futuro, denominado AUTOMAÇÃO DE TUDO (robótica avançada, automação do trabalho do conhecimento
etc.), está gerando uma crescente preocupação com as mudanças sociais
relacionadas ao desemprego tecnológico.

Num contexto de pensamento futuro, ligar esses pontos podem conduzir a duas perspectivas muito diferentes. A primeira visão é aquela que recebe toda a atenção. O patamar antecipado de automação gerará um desemprego tecnológico significativo. O relatório Citi fornece alguns números bastante sóbrios por país e até mesmo cidade. Mas uma visão bem diferente tem o cenário de automação precisa resolver os problemas associados a um declínio na população em idade ativa.

01emerging-future-asperspectivasdasorganizacoes[1]Imagem 1

Conforme relata Peter Joseph, no documentário Zeitgeist Moving Forward, de 2011, um estudo do economista David Autor, do M.I.T. (Massachusetts Institute of Technology), a classe média é obsoleta e está sendo substituída pela automação.

02connecting-dots-asperspectivasdasorganizacoes[1]

Imagem 2* – Interligação de pontos e seus impactos. “…como a dimensão social é afetada ou espremida pelas curvas, enquanto, ao mesmo tempo, a mudança social tem um efeito recíproco… É o volume e a convergência final dessas mudanças que têm implicações enormes.”

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Imagem 3: Plataformas emergentes

Modelos de automação existentes

Motoristas: Sem causar espanto, vivenciamos a automação de atividades, como a de motoristas. Chevrolet, Volvo, entre outras empresas, já realizam testes.
13/03/2017 – Intel compra Mobileye por US$ 15,3 bi e promete avançar carros autônomos.
13/03/2017 – Brasil – aeronaves não tripuladas otimizam trabalho do Incra.
25/10/2016 – Caminhão autônomo viaja mais de 190km para entregar cerveja nos EUA.
28/05/2014 – Google apresenta carro sem volante, nem pedais, que dirige sozinho.

Atendentes: Inteligência artificial, uma das tecnologias da IBM, Watson, já é realidade dentro do Banco Bradesco, na área de atendimento a clientes e produtos da instituição. Assim também ocorre numa seguradora no Japão.

Jurídico:

03/01/2017 – ‘Advogado-robô’ reverte 160 mil multas de trânsito em NY e Londres.
16/05/2016 – Escritório de advocacia dos EUA é o primeiro a contratar ‘robô advogado’.

Startups: Empresas enxutas, com foco em inovação e estratégia, hábeis para derrubar paradigmas sociais e mercados estabelecidos por empresas tradicionais, antigas.

Conclusão:

A sociedade aplaude com otimismo as inovações; para os racionais, não há muito otimismo quando a visão está aberta a perceber tudo o que possa vir adiante – harsh time, harsh life. Tecnologias a serviço dos homens que detêm o poder, como inteligência artificial e robótica; crescente número de empresas enxutas, poucos humanos atuando nelas. O homem está à mercê da evolução (destrutiva), sem saber a quem recorrer ou como evitar o seu fim.

Segundo artigo da consultoria Mckinsey, de julho de 2016, Where machines could replace humans—and where they can’t (yet)- (Onde as máquinas podem substituir os humanos – e onde elas não podem (ainda)), as corporações adortam a tecnologia a favor da maximização dos lucros. É adequado ver infográfico original ou traduzido.

 Nesta economia que muda rapidamente a face e os métodos de agir, estar ativo no mercado de trabalho exigirá dos profissionais conhecimentos diversos, habilidades e flexibilidades para suportarem mudanças radicais. As estruturas físicas e emocionais/psicológicas necessitam estar aptas para não serem destruídas e ocorrer o descarte, a invalidez. Na hipnose das telas (tablets, smartfones e televisores), das programações existentes nesses meios de comunicação, e na perseguição do homem aos mecanismos de alívio de dores para sobreviverem ao estresse do trabalho e das políticas sociais corruptas e destrutivas existentes no meio em que vivem, um cenário apocalíptico será inevitável. Para outras sociedades, ou para os que estiverem em constante percepção do futuro e de treino de habilidades, o futuro poderá ser melhor, promissor, para novos negócios e estilos de vida com qualidade. Não há probabilidade de contar com a sorte. INSTABILIDADE É O LEMA PARA TODOS.

Materiais complementares

Beyond Automation (Por trás da automação) – 06/2015
Matéria Mundo, Ficção Científica (Austrália). Revista Você S/A – Dezembro de 2016.
Artigo: A vida depois do capitalismo. Revista Veja, Editora Abril-Ed. 2521, 15 de março de 2017
Vblog Mauro Segura: 9 motivos para você repensar a sua profissão
Documentário: ZeitGeist 3 Final Moving Forward

Palavras chaves: inteligência artificial; automação atividades humanas; desemprego tecnológico; humanos 2.0.

Referência bibliografia

Chui, M., & Manyika, J. (Julho de 2016). Where machines could replace humans—and where they can’t (yet). Disponível em McKinsey&Company: <http://www.mckinsey.com/business-functions/digital-mckinsey/our-insights/where-machines-could-replace-humans-and-where-they-cant-yet>, acesso em: nov. 2016.

Diana, F. (18 de Fevereiro de 2016). Technology, Social Change, and Future Scenarios. Disponível em Frank Diana: <https://frankdiana.net/2016/02/18/technology-social-change-and-future-scenarios/>, acesso em jan. 2017.

Joseph, P. (25 de janeiro de 2011). ZEITGEIST: MOVING FORWARD | OFFICIAL RELEASE | 2011. Disponível em http: <//www.zeitgeistmovie.com/>,  <http://www.zeitgeistmovie.com/>, acesso em mar 2017.

 

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