“Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus. E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis. Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer; pois não há acepção de pessoas.” Colossenses 3:22-25
Ordenança de Deus para os homens “Vocês sabem como devem imitar-nos, porque nós não ficamos sem fazer nada enquanto estivemos entre vocês, nem recebemos de graça o pão que comemos. Ao contrário, com esforço e cansaço trabalhamos dia e noite para não sermos de peso para nenhum de vocês”. 2 Tessalonicenses 3,7-8
“Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma. Pois, de fato, estamos informados que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranqüilamente, comam o seu próprio pão” 2 Tessalonicenses 3:10-12
“Contudo, vos exortamos, irmãos, a progredirdes cada vez mais e a diligenciardes por viver tranquilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos; de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e nada venhais a precisar” 1 Tessalonicenses 4:10-12.
“Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” 1 Timóteo 5:8
“Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado” Efésios 4:28.
Apesar de essas referências bíblicas serem conhecidas, a falta de busca-las nas Escrituras faz-nos transgredi-las no dia a dia. Deus disse a Josué “Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.” Josué 1:8. O apóstolo Paulo agiu de forma semelhante, observando com alta frequência as escrituras para cumpri-la. A principal desculpa dos cristãos é a falta de tempo para ler as Escrituras Sagradas. Quando dizem isso, estão admitindo que são mal administradores do tempo e também dos recursos disponíveis que possuem para estarem diante da leitura diária das Escrituras Sagradas. Lembre-se, no juízo, perante Deus, o homem pós-moderno não terá desculpas dos erros cometidos por ausência de conhecimento, pois, hoje, os acessos à informação são abundantes, baratos e até mesmos gratuitos, de forma que, em vida, podem livrá-lo da morte e condenação eterna.
A ÉTICA
Diante do semelhante: o ser humano está acima da criação não humana, abaixo do criador e em pé de igualdade com seu semelhante. O cuidado pelo próximo ou o descuidado dele determina minha relação com ele. Quem não for tutor do seu irmão, periga tornar-se, mais cedo ou mais tarde, seu homicida (Gn 4.8-11). Bauman corrobora:
“Quando Deus perguntou a Caim onde estava Abel, Caim replicou, zangado, com outra pergunta: ‘Sou por acaso guardião do meu irmão?’ Emmanuel Levinas, comentou que dessa pergunta zangada de Caim começou toda a imoralidade. É claro que sou guardião do meu irmão; e sou e permaneço uma pessoa moral enquanto não pergunto por uma razão especial para sê-lo. Quer eu admita, que, não, sou o guardião do meu irmão porque o bem-estar do meu irmão depende do que eu faço ou do que me abstenho de fazer. Eu sou uma pessoal moral porque reconheço essa dependência e aceito a responsabilidade que ela implica. No momento em que questiono essa dependência, e peço, como fez Caim, que me dêem razões para que eu me preocupe, renuncio a minha responsabilidade e deixo de ser um ser moral. A dependência de meu irmão é o que me faz um ser ético. A dependência e a ética estão juntas, e juntas elas caem.”pendência, e peço, como fez Caim, que me dêem razões para que eu me preocupe, renuncio a minha responsabilidade e deixo de ser um ser moral. A dependência de meu irmão é o que me faz um ser ético. A dependência e a ética estão juntas, e juntas elas caem.” Fonte: BAUMAN, Zygmunt. A sociedade individualizada: vidas contadas e histórias vividas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. p. 98..
O que é ser ético no trabalho? Transparência no agir, na forma como executa-se as atividades diárias e a interação com a equipe de trabalho, interação com os clientes e transparência nas tratativas para resolver conflitos, problemas e propostas de soluções. Ser ético quando existir a oportunidade de se ganhar dinheiro extra, executando as atividades fora do ambiente de trabalho, utilizando-se dos recursos de sua empresa e os clientes dela (montar uma carteira de produtos e clientes) para, posteriormente, tornar-se um possível concorrente de seu atual empregador ou apenas ter um rendimento extra. Ser ético em não querer levar vantagens perante as dificuldades do gestor, da equipe ou da empresa, expor os problemas com sabedoria, com objetivo de alertar sobre os possíveis riscos do problema detectado, quer seja esses problemas existentes na equipe, gestão ou fatos que estão envolvendo os clientes da empresa.
Em qualquer tipo de contratação, ideal é que o entrevistado seja transparente com suas intenções, principalmente quando há um desejo de se tornar empreendedor em algum segmento de mercado distinto ou semelhante de seu possível empregador. Caso não haja qualquer intenção de empreender na contratação e o desejo surja períodos posteriores, ter cautela para não trair a confiança de seu empregador e as partes envolvidas, a equipe. A transparência e a verdade não podem ser ocultadas.
O mal de muitos corações humano pós-moderno é a crença que todo empregador é ditador, bem sucedido financeiramente, ganancioso e não merecedor da dedicação e diligência dos trabalhadores contratados. Uma das vertentes que desencadeia a cobiça está naquilo que os olhos percebem, como o sucesso alheio, a prosperidade de algum amigo, vizinho, e da própria sociedade na qual interage. O chamado do cristão é de viver de maneira sóbria “Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” 2 Timóteo 4:5 e ser sóbrio é um conjunto de fatores, atributos ou características: administrador do tempo, dinheiro, relacionamentos, recursos, língua, atitudes e pensamentos, como exemplos. Possuir contentamento com aquilo que Deus permite possuir.
“Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo; Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus; Servindo de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens. Sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre.” Efésios 6:5-8
O exemplo da prestação de contas do administrador
Jesus disse aos seus discípulos: “O administrador de um homem rico foi acusado de estar desperdiçando os seus bens. Então ele o chamou e lhe perguntou: ‘Que é isso que estou ouvindo a seu respeito? Preste contas da sua administração, porque você não pode continuar sendo o administrador’. “O administrador disse a si mesmo: ‘Meu senhor está me despedindo. Que farei? Para cavar não tenho força, e tenho vergonha de mendigar… Já sei o que vou fazer para que, quando perder o meu emprego aqui, as pessoas me recebam em suas casas’. “Então chamou cada um dos devedores do seu senhor. Perguntou ao primeiro: ‘Quanto você deve ao meu senhor? ’ ‘Cem potes de azeite’, respondeu ele. “O administrador lhe disse: ‘Tome a sua conta, sente-se depressa e escreva cinqüenta’. “A seguir ele perguntou ao segundo: ‘E você, quanto deve? ’ ‘Cem tonéis de trigo’, respondeu ele. “Ele lhe disse: ‘Tome a sua conta e escreva oitenta’. Lucas 16:1-7
Resultado da ação do administrador: preparou o caminho de sua demissão, prevendo o futuro para que as pessoas que tiveram suas dividas diminuídas pudessem lhe conceder favores, principalmente o posto de trabalho. O que se espera de qualquer trabalhador? Que realize as atividades solicitadas e tenha visão ampla do contexto na qual convive, sabendo prever o futuro de suas atividades, ações alheias que possam impactar negativamente suas atividades perante o seu empregador e saber expô-las. Garantir seu sustento ou de sua família, antevendo o futuro e se preparando (economicamente, estudos e aprimoramento da profissão) para qualquer eventualidade econômica/mercado de trabalho para se manter de pé. E o principal: construir relacionamentos duradouros. A prestação de contas do administrador na passagem de Lucas enfoca a astúcia de prever o futuro e garantir o sustento, embora de forma reprobatória. O elogio do patrão do administrador é baseado no preparo deste empregado para que não fique sem trabalho no futuro, porém sabe que é uma pessoa não confiável.
Exemplo da parábola dos dez talentos
Referência: Mateus 25.14-30.
A confiança entre patrão e empregador deve ser recíproca para que haja prosperidade para ambos. As expectativas de melhor salário, mudança de cargo ou bônus, em geral, estão atreladas ao bom desempenho de cada empregado, principalmente no seu agir e falar perante aos colegas. Muitos não prosperam em seu caminho devido o não controle de sua língua e o trabalho realizado de forma desleixada. “O trabalhador relaxado é companheiro daquele que desperdiça.” Provérbios 18.9
REFLEXÕES
“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” Eclesiastes 9:10
“O desejo do preguiçoso o mata, porque as suas mãos recusam trabalhar.” Provérbios 21:25.
“Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas.” Provérbios 22:13
“O preguiçoso deixa de assar a sua caça, mas ser diligente é o precioso bem do homem.” Provérbios 12:27
“Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos, e sê sábio. Pois ela, não tendo chefe, nem guarda, nem dominador, Prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu mantimento.” Provérbios 6:6-8
“Passei pelo campo do preguiçoso, e junto à vinha do homem falto de entendimento, Eis que estava toda cheia de cardos, e a sua superfície coberta de urtiga, e o seu muro de pedras estava derrubado. O que eu tenho visto, o guardarei no coração, e vendo-o recebi instrução. Um pouco a dormir, um pouco a cochilar; outro pouco deitado de mãos cruzadas, para dormir, Assim te sobrevirá a tua pobreza como um vagabundo, e a tua necessidade como um homem armado.” Provérbios 24:30-34
“A mão dos diligentes dominará; mas o indolente será tributário servil.” Provérbios 12:24
“Exorta os servos a que se sujeitem a seus senhores, e em tudo agradem, não contradizendo, Não defraudando, antes mostrando toda a boa lealdade, para que em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador.” Tito 2:9,10
Lealdade e transparência não tem preço. Cada empresa possui suas características quanto a valores, missão e fora de se executar as atividades e o principal, pessoas. São pessoas que possuem dúvidas, pensamento distinto para se resolver problemas ou desenvolver as atividades pertinentes à função atribuída. Podem ocasionar problemas, discussões e desentendimentos, onde requererá de cada um de seus integrantes sabedoria, conhecimento e alicerce emocional para não cair nas diversas armadilhas da irritação, “rádio peão”, contendas sem fundamentos, desgastes emocionais desnecessários e desinteresse em trabalhar com diligencia, tendo desgosto pela empresa, equipe e chefia.
MATERIAIS COMPLEMENTARES
O Evangelho no Trabalho – Sessão 1/6 – Acessado em 24/03/2018
Sessão 1, O desafio: Idolatria vs Indolência: https://www.youtube.com/watch?v=uZbH_71XWHo
Sessão 2, Os Propósitos do Rei: https://www.youtube.com/watch?v=vz004rLCie4
Sessão 3, Minhas Missões: Trabalho, Igreja, Família: https://www.youtube.com/watch?v=LT2KFPRBHOY
Sessão 4, O desafio: Idolatria vs Indolência: https://www.youtube.com/watch?v=wuZPQRkpFbw
Sessão 5, Compartilhando o Evangelho no Trabalho: https://www.youtube.com/watch?v=s8AZNlODZYU
Sessão 6, Sucesso e Valor: https://www.youtube.com/watch?v=Q7qsHjJRCuk
Artigo: O Desafio – Introdução do livro “O Evangelho no Trabalho”, disponível em <http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/763/
O_Desafio_Introducao_do_livro_O_Evangelho_no_Trabalho>. Acessado em 24/03/2018
Livro: Os desafios da Ética Cristã, disponível em: <http://bibotalk.com.br/textos/btbooketica.pdf>.Acessado em 24/03/2018
Autor: Flávio Sodré